Porto Velho, RO - O Banco Central Europeu (BCE) elevou nesta quinta-feira (2) as taxas de juros em 0,5 ponto percentual. Trata-se da quinta alta consecutiva, e o BCE sinalizou ainda outro aumento de meio ponto percentual para março deste ano.
O BCE tem elevado as taxas de juro a um ritmo recorde para combater um repentino aumento da inflação na Zona Euro - resultado da pandemia de covid-19 e da crise da energia provocada pela invasão russa da Ucrânia.
O banco central dos 20 países da Zona Euro elevou, agora, a taxa que paga sobre os depósitos bancários em mais meio ponto percentual, para 2,5%, valor que vai de acordo com o previsto em dezembro e com as expectativas do mercado.
Com esta decisão, a principal taxa de juros das principais operações de refinanciamento passa agora para 3%, a taxa aplicável aos depósitos ficará em 2,5% e a taxa de facilidade permanente de cedência de liquidez passa a ser de 3,25%.
“O Conselho Diretivo vai manter a sua estratégia de aumentar significativamente as taxas de juro a um nível regular e mantê-las a um nível que seja suficientemente restritivo, assegurando assim um regresso oportuno da inflação à nossa meta de médio prazo, de 2%”, declarou em conferência de imprensa a presidente do BCE, Christine Lagarde.
“Nessa medida, o Conselho Diretivo decidiu hoje aumentar as taxas de juros em 50 pontos base, e pretendemos continuar a aumentá-las”.
Aumento das taxas de juro reduzirá inflação
Segundo o BCE, o próximo aumento das taxas de juro será também de 0,5 ponto percentual, já em março.
"Tendo em vista as pressões inflacionárias subjacentes, o Conselho do BCE pretende aumentar as taxas de juro em mais 50 pontos base na sua próxima reunião de política monetária em março. Depois, avaliará a trajetória subsequente da sua política monetária", explicou a entidade.
Como justificativa, a presidente do BCE explicou que “o aumento das taxas de juro ao longo do tempo irá reduzir a inflação, reduzindo a procura”.
O BCE deixou, porém, uma nota de otimismo, dizendo que “no geral, a economia mostrou ser mais resiliente do que se esperava e deverá se recuperar ao longo dos próximos trimestres”.
Em recado aos governos europeus, Lagarde disse que as medidas de apoio para reduzir o impacto dos preços elevados da energia deverão ser “temporárias, direcionadas e ajustadas a manter um baixo consumo de energia por parte dos consumidores”.
Antes da decisão desta quinta-feira, investidores e economistas previram que o BCE elevaria a taxa de depósito em mais 50 pontos base em março e a levasse ao pico de 3,25% ou 3,50% no verão, o que representaria o maior aumento deste século.
Fonte: Joana Raposo Santos – repórter da RTP
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