A EDUCAÇÃO E A CULTURA NOS SUSCITAM POLITIZAÇÃO, Por Juvenil Coelho

Porto Velho, RO - Estamos cansados de ouvir da boca do povo um dito arcaico, mas bastante popular: "Que a educação vem do berço", sugerindo que nascemos educados ou imbecis. Ledo engano. Antes de tudo, precisamos distinguir educação de boas maneiras no relacionamento interpessoal, sendo a educação trabalhada inicialmente no seio da família e continuada pelos educadores, moldando-nos desde a infância. São nossos mestres que nos passam o saber, princípios de civilidade e cultura. O desenvolvimento intelectual, a polidez, entendimentos políticos e demais conhecimentos emanam da escola.

É oportuno mencionar que em países desenvolvidos, como o Japão, as crianças ficam sob os cuidados de suas mães até a idade escolar para evitar interferências na educação. Infelizmente, aqui, as crianças ficam à revelia desde o nascimento, comprometendo seu desenvolvimento cultural e psicossocial, especialmente nas classes menos favorecidas. O suporte governamental, embora exista em bolsas e auxílios, enfrenta desafios devido a mães solteiras, crescimento da pobreza e dificuldades de controle, resultando em altas taxas de analfabetismo.

Perdemos de vista os ensinamentos patrióticos, respeito às leis, justiça, cidadania e ordem social, evidenciando o desleixo do estado. A qualidade educacional deficiente impacta diretamente na politização do povo, observando-se a falta de zelo com a democracia, deveres e obrigações. O desrespeito é gritante, refletindo-se em atos criminosos, como as recentes arruaças e depredações em 8 de janeiro.

Uma sugestão oportuna seria que nosso ministro, o Xandão, elaborasse e distribuísse uma cartilha nos presídios para conscientizar os presidiários sobre o que não podem fazer. Em um país onde o hino nacional foi suprimido das escolas e a disciplina de OSPB foi eliminada, é essencial promover a responsabilidade cívica.

O autor é jornalista e diretor do Instituto Phoenix de Pesquisa Descritiva.