Declarações foram concedidas nesta terça-feira 19, após um evento promovido pela Esfera Brasil
Porto Velho, RO - O ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal, disse estar “admirado” com os dados obtidos pela Polícia Federal no decorrer do inquérito sobre fraudes em cartões de vacinação contra a covid-19. As investigações levaram ao indiciamento do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e outras 16 pessoas.
“Nós saímos de especulações para provas. Fico admirado com os dados que a PF conseguiu obter, de fato, são muito convincentes de que algo muito ruim estava em marcha”, afirmou o decano do STF. As declarações foram concedidas nesta terça-feira 19, após um evento promovido pela Esfera Brasil.
Durante o evento em Brasília, Gilmar Mendes ainda afirmou que, ao encontrar seus colegas do exterior, conta que o País superou o que chamou de “armadilhas ditatoriais”.
“Quando a gente vai a outros eventos no exterior, a gente encontra colegas de outras cortes internacionais que estão contando a causa do desastres que sofreram. Contamos como nós superamos armadilhas ditatoriais. A história está aí para a gente ver, inclusive nas notícias dos últimos dias”, acrescentou.
O que diz o relatório da PF
Além de Bolsonaro, o tenente-coronel Mauro Cid e militares que integravam o círculo do então presidente foram indiciados pelos crimes de associação criminosa e inserção de dados falsos em sistemas de informações.
No relatório, a PF ainda disse considerar que as supostas fraudes indicariam para um possível elo com a articulação pró-golpe de Estado após as eleições de 2022. Os documentos falsos permitiriam que o então presidente –assim como seus auxiliares– deixassem o Brasil enquanto aguardavam a “nova tentativa de golpe”.
Agora, cabe à Procuradoria-Geral da República decidir se apresenta ou não a denúncia contra Bolsonaro e os outros 16 indiciados pela PF. Há ainda a possibilidade de o órgão pedir novas diligências, caso considere haver algum ponto ainda a esclarecer.
Caso a PGR opte por denunciar o ex-presidente, essa será a primeira acusação formal contra o ex-capitão desde que ele foi derrotado nas eleições. A partir disso, o Supremo decide de aceita ou não a denúncia e, depois disso, julga o caso.
Fonte: Carta Capital
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