O parlamentar, sem se preocupar em checar informações, fala e publica a esmo; agora, tem de lidar com as consequências
Porto Velho, RO - Em uma semana turbulenta para o deputado federal Coronel Chrisóstomo (PL-RO), acusações de disseminação de informações falsas e críticas à sua postura como parlamentar têm circulado pelas manchetes em Rondônia.
No centro dos debates está a acusação feita pelo prefeito de Porto Velho, Hildon Chaves (PSDB), que não hesitou em chamar o deputado de "Coronel Pinóquio", criticando sua alegada falta de responsabilidade ao divulgar informações não confirmadas sobre a destinação de recursos de emendas.
O episódio ganhou ainda mais destaque porque surgiu logo após o Ministro Paulo Pimenta (PT), da Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República, utilizar suas redes sociais para desmentir Chrisóstomo, que havia afirmado em plenário que a primeira-dama Janja da Silva, esposa de Lula, do PT, estava presente em um show da Madonna, em meio às enchentes devastadoras no Rio Grande do Sul.
Pimenta acusou o deputado de "acreditar na própria mentira", num momento crítico que demandaria união e não propagação de desinformação.
Além das críticas federais, o deputado enfrenta repreensões locais. Durante o programa Papo de Redação, da Rádio Parecis FM, o prefeito Hildon Chaves esclareceu que a suposta emenda de R$ 700 mil destinada a uma escola em Porto Velho jamais foi concretizada, apesar das afirmações do parlamentar.
Chaves sugeriu que Chrisóstomo adotasse o apelido de "Coronel Pinóquio".
O cenário se complica ainda mais com a cobrança pública de Ezequiel da Paulista, pré-candidato a vereador, que desafia Chrisóstomo sobre uma promessa de emenda de R$ 1 milhão, feita há dois anos para uma escola em Ariquemes, que também nunca se materializou. Um assessor contestou a informação na postagem, mas recebeu tréplica do autor.
Chrisóstomo é cobrado em Ariquemes / Reprodução
Este padrão de comportamento do deputado Chrisóstomo reflete uma preocupante negligência com as questões urgentes de Rondônia. Ao invés de focar em iniciativas que poderiam efetivamente beneficiar a população do estado, o parlamentar parece priorizar pautas ideológicas que, em última análise, não contribuem para o progresso da região.
A questão da verdade e da mentira não é trivial, especialmente no cenário político, onde a confiança é a moeda de maior valor. A Bíblia, frequentemente utilizada como referência moral por muitos, incluindo Chrisóstomo, condena explicitamente a mentira, como pode ser visto em passagens como "Não darás falso testemunho contra o teu próximo" (Êxodo 20:16) e "Os lábios mentirosos são abomináveis ao SENHOR, mas os que agem fielmente são o seu deleite" (Provérbios 12:22). Estas escrituras destacam a importância fundamental da honestidade e da integridade, não apenas como virtudes individuais, mas como fundamentos essenciais para qualquer sociedade.
Já aqui, no plano empírico, a gravidade de mentir na esfera pública é imensa, especialmente quando envolve alegações de destinação de recursos públicos. Essas falsas afirmações minam a confiança da população em seus representantes e comprometem a transparência e a eficácia administrativa que são essenciais para o bom governo.
No caso de Coronel Chrisóstomo, as mentiras proferidas em um período já catastrófico, como as enchentes devastadoras no Rio Grande do Sul, exacerbam um cenário já dramático. A desinformação não apenas desvia o foco das ações de ajuda e recuperação, mas também alimenta o pânico, a desconfiança, as incertezas e o desespero da sociedade. Em momentos de crise, a responsabilidade de comunicar com precisão e veracidade torna-se ainda mais crítica, visto que a resposta da população pode depender diretamente das informações que são transmitidas pelos seus líderes.
A falta de cuidado na gestão da informação em tais situações pode resultar em consequências diretas e severas para aqueles que estão no centro do desastre.
Em suma, o caso de Coronel Chrisóstomo não é apenas um reflexo de suas próprias escolhas, mas um exemplo alarmante de como a desinformação e a manipulação podem se proliferar quando não há um compromisso firme com a verdade. A integridade deveria ser o mínimo esperado de um representante eleito, e a persistência na mentira não pode ser vista como nada menos que um grave desfalque moral e ético. Neste contexto, o apelido dado pelo prefeito de Porto Velho lhe “cai como uma luva”.
Fonte: Rondônia Dinâmica
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