Lições de uma canção eterna em tempos de transformação

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Brasil 364

Lições de uma canção eterna em tempos de transformação

É PRECISO SABER VIVER!

Por Juvenil Coelho

Em um momento inusitado de nossa escalada evolutiva e desenvolvimentista, no âmbito do entretenimento e das ações sociopolíticas no cenário nacional, que se deu no início da década de 1980, eventos marcantes e grandes personagens artísticos de renome surgiram e marcaram uma época redentora. Entre eles, destacou-se a famosa banda Titãs, que nos presenteou com o sucesso desta clássica e badalada música, que se tornou um verdadeiro hino do nosso cotidiano.

Sem falsa modéstia, tratava-se de um momento de intensa efervescência política, no qual o mote era a campanha pelas Diretas Já, que dava ali seus primeiros passos. Notadamente, outros eventos e canções de grande expressão também marcaram aquele instante histórico. A exemplo disso, temos "Brasil, mostra a tua cara", do compositor Cazuza, entre tantas outras.

Além disso, houve acontecimentos memoráveis, como a inauguração do Sambódromo carioca, a estreia de Ayrton Senna na Fórmula 1 e inúmeros marcos nos campos das artes, do esporte e da política. A nível internacional, tanto Michael Jackson quanto Madonna ganharam destaque naquele mesmo ano de 1984. Outra marca da época foi o movimento revolucionário da Perestroika, encabeçado pelo presidente soviético Mikhail Gorbachev, que enterrou de vez o comunismo na Rússia. É oportuno lembrar que foi a partir desse movimento que se impulsionaram as necessárias mudanças que resultaram no mundo globalizado que vivenciamos hoje.

Voltando ao eixo desta reflexão, o que queremos destacar é que os Titãs, por meio dessa canção, nos deixaram uma mensagem valiosa para a vida. Observemos atentamente a primeira estrofe:

"Quem espera que a vida seja feita de ilusão,

Pode até ficar maluco ou morrer na solidão."

Em síntese, trata-se de um convite para entrarmos na luta e reconstruirmos nossos sonhos. Se analisarmos mais a fundo o teor irônico da letra, perceberemos que ela retrata a trajetória espinhosa à qual todos estamos sujeitos ao longo da vida. Incluem-se aí os tropeços, as decisões impensadas que, via de regra, geram decepções, frustrações e protestos, levando-nos, enfim, para o bem ou para o mal.

No entanto, o que podemos aquilatar é que o tema "saber viver" possui uma complexidade infinita. Muitos tentam, mas poucos realmente conseguem atingir o aprendizado necessário. Não precisamos ir muito longe para lembrar dos antigos alpinistas da Cordilheira do Himalaia e dos Alpes Suíços, que, ainda na Idade Média, por pura obsessão, aventuraram-se na árdua missão de descobrir o verdadeiro elixir da longa vida. Para eles, essa substância seria a chave para uma existência próspera e duradoura. Alguns mais irredutíveis almejavam, além da conquista da panaceia (cura para todas as doenças) e da juventude eterna, a obtenção da lendária pedra filosofal, capaz de transformar metais comuns em ouro puro – e, assim, garantir uma vida abundante e saudável.

Mesmo diante de tantos esforços sem sucesso, o certo é que o homem moderno despertou para a importância dos cuidados preventivos e, graças aos avanços da ciência e da medicina, hoje desfruta de uma expectativa de vida significativamente maior.

O autor é jornalista, analista político e diretor executivo do Instituto Phoenix de Pesquisa Descritiva.

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