O ÓBVIO É SEMPRE TRANSPARENTE E OBJETIVO. O ULULANTE, NEM SEMPRE…

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O ÓBVIO É SEMPRE TRANSPARENTE E OBJETIVO. O ULULANTE, NEM SEMPRE…

O ÓBVIO É SEMPRE TRANSPARENTE E OBJETIVO. O ULULANTE, NEM SEMPRE… Por Juvenil Coelho Por mais que grandes estudiosos, escribas, filósofos e literatos antigos e atuais tenham se debruçado em discorrer sobre a sincronização desses dois fonemas que, juntos, se completam numa afirmativa um tanto contundente, permanecem, contudo, as controvérsias quanto ao entendimento gramatical desse fraseado.
A bem da verdade, essa terminologia que tem raízes gregas ainda não encontrou um significado patente e definido em nosso linguajar português. O que se poderia até afirmar é que, em muitas colocações, os termos se beijam, mas, noutras, se estranham ou se contrapõem, a depender do contexto em que são utilizados. Sim, estamos a discutir nesta pauta o uso dos termos “óbvio ululante” expressão não muito popularizada, mas tão antiga quanto os primeiros escritos da era medieval. Pelo que se sabe, o sábio Aristóteles, que viveu bem antes de Jesus Cristo, por volta do século III a.C., já fazia ilações sobre esse enunciado em seu memorável livro Metafísica, ao preconizar o que poderia representar a verdadeira obviedade, citando como base princípios e evidências. Todavia, outros pensadores contemporâneos a ele também fizeram menções ao fraseado atípico. A exemplo de Epicuro, que, em sua busca incessante pela sabedoria e pela felicidade, utilizou-se desse rótulo na conclusão de seu pensamento. Outros mais, em épocas distintas como Demócrito e Epicteto beberam da mesma fonte. Assim, no afã de melhor definir o emprego desses verbetes na conjuntura da nossa inculta, mas bela literatura tupiniquim, e para que não os confundamos em meio à contextualização dos escritos, insistimos nesta abordagem. Deveras, e sem meias palavras, haveremos de convir que o óbvio é límpido é o substantivo concreto daquilo que está estampado na cara, com clareza e evidência, retratando a pura certeza. Enquanto o adjetivo ululante tem suas variáveis etimológicas abstratas, com interpretações duvidosas e sinônimos incertos. Ou seja, ao mesmo tempo em que pode representar uma nota triste ou assustadora, ousa ser também um ato de estampido ou de fúria. Ou mesmo de contemplação e gracejo. Sim de forma que o verbo ulular possa ser conjugado como gritos afrontosos ou até grunhidos plangentes o que, indubitavelmente, inibe e deteriora o caráter da obviedade. Na prática, isso significa dizer que, diante de um fato pitoresco e atual a exemplo da ascensão do Flamengo no Campeonato Brasileiro torna-se pouco recomendável ou até inconveniente o uso da expressão “óbvio”, mas perfeitamente oportuno o selo magistral de “ululante”. É certo que o texto se alonga e as horas de descanso se esgotam, mas não nos obriga a parar por aqui. Em nossa pesquisa virtual, encontramos até o intelectual considerado pai da filosofia moderna físico e matemático René Descartes, criador das curvas cartesianas, opinando sobre a versatilidade do “óbvio ululante”. Em sua retórica, apregoou que as verdades são tão evidentes que não podem ser negadas sem contradição. Assim pontuou o sábio francês, configurando a tese de que, diante dos fatos, não cabe recurso. O autor é diretor executivo do Instituto Phoenix de Pesquisa, jornalista e analista político.

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