"Porto Velho afunda em alagamentos porque foi seduzida por soluções mágicas para problemas centenários”, afirma Samuel Costa

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"Porto Velho afunda em alagamentos porque foi seduzida por soluções mágicas para problemas centenários”, afirma Samuel Costa

Os recorrentes alagamentos em Porto Velho voltaram ao centro da discussão pública após declarações firmes do advogado e professor Samuel Costa, que chamou atenção para o doloroso desafio enfrentado pela população da capital ao acreditar, mais uma vez, em promessas eleitorais que ignoram a complexidade estrutural da cidade.

Segundo Costa, Porto Velho foi “seduzida por uma promessa vazia”, construída por políticos tradicionais que, durante o período eleitoral, recorrem a discursos simplistas e vídeos didáticos para fazer parecer fácil o que, na prática, exige décadas de planejamento e bilhões de reais em investimentos.

“Na hora de ganhar a eleição, políticos profissionais, velhacos e populistas, aparecem com soluções mágicas para problemas centenários. Explicam em vídeos de um minuto o que eles mesmos nunca tiveram capacidade de executar”, afirmou.

Ignorância induzida e a crença nas soluções fáceis

Para Costa, parte do erro da população é fruto de ignorância induzida, a crença de que obras rápidas ou ações isoladas podem resolver o drama histórico das enchentes. Ele aponta que cada novo recapeamento e camada de asfalto amplia o problema, tornando o solo urbano cada vez mais impermeável.

“A cada recapeamento mal planejado, o solo fica mais impermeabilizado. Some isso às regiões naturalmente pantanosas e à ausência de uma verdadeira macrodrenagem, e o resultado é o caos que vemos ano após ano”, explicou.

Cidade plana, chuva intensa e infraestrutura insuficiente

Porto Velho, por sua localização e características geográficas, enfrenta chuvas que em poucas horas ultrapassam 100 mm, podendo chegar a 150 mm ou mais. Em qualquer lugar do mundo, precipitações desse porte gerariam transtornos. Na capital rondoniense, entretanto, a ausência histórica de planejamento urbano transforma cada temporal em um cenário de transtornos e prejuízos.

Costa enfatiza que prometer o fim dos alagamentos é desonesto. “Nenhum gestor sério promete o impossível. O que se pode e deve fazer é reduzir danos com planejamento, obras estruturantes e continuidade administrativa. Mas não com mágicas eleitorais.”

A distância entre a realidade e o discurso político


Com o início do período pós-eleitoral, Samuel Costa defende que é hora de a população compreender que soluções imediatas não existem e que a cidade paga um preço alto por acreditar em narrativas populistas.

“O povo sofre porque foi enganado. Sofre porque acreditou na facilidade apresentada por quem nunca estudou o problema ou nunca quis resolvê-lo. Porto Velho precisa de verdade, não de espetáculo.”

Entre promessas e realidade, o desafio permanece

Assim como outros especialistas vêm alertando, Costa reforça que somente a união entre responsabilidade técnica, investimentos contínuos e transparência pode transformar gradualmente a situação dos bairros mais atingidos.

Enquanto isso, Porto Velho segue enfrentando a realidade que muitos preferem ignorar, os alagamentos não são apenas resultado da chuva, mas principalmente de décadas de abandono, improviso e discursos políticos construídos para vencer eleições, não para resolver problemas.

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